domingo, janeiro 22, 2006

Inauguração

A tasca do Belmiro acaba de abrir as portas! Todos são bem-vindos. Há de comer e de beber, espero, para muitos gostos e variados feitios - não conto, não desejo, também, ser insosso ao ponto de agradar a todos. Aqui, entra quem quer. Não está reservado o direito de admissão; servem-se bebidas a menores de 16 anos e a quem apresentar sinais de estar embriagado; não será negada uma pinga a quem revele problemas psíquicos.
“A tasca do Belmiro” pretende, no nome, homenagear o meu avô, falecido faz tantos anos que a desnatura deste neto já não recorda com precisão. Belmiro, de sua graça, também de Azevedo, muito mais rico que o mais famoso dos Belmiros de Azevedo, embora com muito menos dinheiro. O muito que terá tido foi sempre pouco para distribuir por todos quantos se aproveitaram da sua genuína bondade, nos tempos de hoje tratada como ingenuidade, porque há cada vez mais umbigos debaixo dos olhos próprios.
Como na velha tasca do meu avô, onde um corregedor alinhava as peças do dominó com o mais inveterado dos antifascistas, esta casa virtual pretende ser um espaço de liberdade. Sendo tasca, ainda que etérea, é também etílica; há vinhos brancos e tintos, maduros e verdes, maioritariamente portugueses, o que não impede que se beba no estrangeiro uma ou outra caneca de inspiração. Hás os bebes e, naturalmente, os comes. Adaptando a ementa da tasca do Belmiro para a virtual, é certo que se vão servir por aqui moelas revoltadas, bucho angustiado, rojões, postas de carne mais ou menos bem passadas, “caradepauzinhos” - espero eu - jaquinzinhos, manelinhos ou josezinhos. Sardinhas em lata ou atum em posta em azeite português - e aos azeiteiros que há, por certo, azeite não faltará - recordam a ementa da casa de pedra decorada a pipas de vinho. Acrescente-se o bacalhau frito, em prato com cebola e azeitonas ou entre dois nacos de broa de milho, e a salada do dito, por estas bandas nortenhas conhecida por punheta de bacalhau.
Na tasca, e como é normal a qualquer filho do Porto, ainda que criado nas faldas da Invicta, avisa-se que pode sempre haver um ou outro "carago" com mais pelo na benta.
Até ver, dá-se fiado, porque há já demasiados limites a quem quer saciar a fome e a sede de espírito.
A primeira rodada é por conta da casa.
Tchim-tchim.
Bem-vindos!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gosto do sítio...
assinado: O Ébrio

7:52 da tarde  

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